Sentir Faz Parte de Estar Vivo

Lari Cardoso

Muitas vezes, temos dificuldade em lidar com o que sentimos. Às vezes nem sabemos direito o que está acontecendo dentro da gente — só percebemos um aperto no peito, um nó na garganta, uma vontade de chorar ou de sair correndo. É comum não saber dar nome às emoções, e por isso acabamos tentando fugir delas.

A gente aprende desde cedo que sentir alegria é bom, e que sentir raiva, medo ou tristeza é ruim. Crescemos acreditando que a vida é melhor quando estamos felizes o tempo todo. Mas a verdade é que a vida é feita de todas as emoções, e cada uma tem o seu papel. Assim como as estações do ano, que mudam e trazem o equilíbrio da natureza, nós também precisamos passar por diferentes emoções para crescer e nos entender melhor.

Quando tentamos viver apenas na alegria, acabamos negando partes importantes de nós mesmos. A tristeza mostra o que precisamos acolher. O medo nos protege. A raiva aponta nossos limites. Todas elas têm algo a dizer — e quando paramos para ouvir, conseguimos nos entender de um jeito mais profundo e verdadeiro.

Também é importante lembrar que sentir não é o mesmo que agir. Quantas vezes a gente já ouviu (ou disse): “Fiz isso porque estava com raiva”? Mas a raiva, por si só, não nos faz agir — o que fazemos com ela é escolha nossa. Quando aprendemos a reconhecer o que estamos sentindo e percebemos quando a emoção está ficando intensa, conseguimos respirar, pausar e usar alguma técnica para nos regular. Isso é inteligência emocional: sentir, entender e escolher como reagir.

As emoções não são inimigas. Elas são mensageiras. Estão sempre tentando nos contar algo sobre o que está acontecendo dentro de nós. Quando a gente aprende a escutar e a acolher o que sente, a vida fica mais leve, mais verdadeira e mais inteira.

Viver é sentir. É permitir-se passar por todas as fases, todas as cores, todos os tons. É se abrir para o que acontece por dentro, com gentileza e curiosidade. Porque, no fim das contas, é isso que nos torna humanos.

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